Etiqueta Tecnológica: Boas Maneiras no Mundo Digital
Celular sim! Mas pessoas são mais importantes
A ascensão das tecnologias digitais transformou a comunicação pessoal, social, familiar e profissional, tornando-a instantânea e acessível.
Celulares, tablets e dispositivos vestíveis onipresentes, eliminaram barreiras físicas, permitindo interações rápidas e eficientes.
No entanto, essa hiperconectividade também pode criar um paradoxo: ao mesmo tempo em que facilita o contato, pode levar ao isolamento, à impessoalidade, a gafes e deslizes sociais e até mesmo a ruídos na comunicação que podem lhe prejudicar em todos os aspectos da sua vida, tornando você alguém até “indesejável” de ter por perto.
As necessidades de boas maneiras não desapareceram na era tecnológica, mas ao que parece algumas pessoas (algumas?) acham que sim.
A tecnologia é muito atrativa e invasiva, então, pelo contrário, torna-se ainda mais essencial a preocupação com a boa educação, e gentileza e boas maneiras sociais.
Atente-se das novas demandas de elegância, que emergiram com a tecnologia.
A etiqueta tecnológica, ou netiqueta, é um conjunto de boas práticas que preserva os princípios da comunicação em todos os ambientes e relações enquanto se adapta aos desafios do mundo digital.
Vou organizar este texto em dicas acerca das gafes que mais observo pelas minhas andanças.
Não significa que sejam as gafes que você se depara em seus ambientes sociais, e eu torço, para não depare com nenhuma.
Agora, se é você quem as pratica, pelo amor de Aimée Soto-Maior de Sá, não a faça se contorcer na tumba.
Aimée Soto-Maior de Sá, mais conhecida como Aimée de Heeren, foi uma das mais belas, elegantes e sofisticadas socialites Brasileiras.
Sobre o contexto das boas maneiras sociais
Ainda tenho que registrar que a etiqueta social pode variar entre diferentes grupos sociais, países e culturas.
Por exemplo, embora seja socialmente aceitável brincar e fazer piadas quando você está com amigos íntimos, não o é fora deste grupo.
Aperto de mãos, abraços entre casais e amigos são muito comuns no Brasil, mas são considerados extremamente impróprios em outros lugares, Dubai que nos diga.
Sabendo disso, creio que ninguém deseja sair de casa para causar má impressão. Se você deseja causar, procure um terapeuta, não contatos sociais.
Contato algum vale mais que sua boa imagem
Conversando com alguém
Ao compartilhar uma refeição com outras pessoas, seja qual for o nível de intimidade, amigos, familiares, profissionais, desconhecidos… priorize a interação presencial em vez de se distrair com o celular.
Demonstrar interesse genuíno na conversa fortalece os laços e torna o momento mais significativo.
Sua atenção plena será valorizada, tornando você mais significativo também, e bem visto(a), criando uma experiência mais envolvente e agradável para todos.
Dedilhar o celular enquanto conversa com outra pessoa
Você já esteve com alguém que enquanto vocês conversam, ela pega o celular e começa a digitar ou dedilhar qualquer coisa?
Claro que sim.
Que tal o momento em que você estava em uma conversa cara a cara com alguém, e de repente a pessoa recebe uma mensagem, que é claro que ela responde imediatamente bem no meio da sua fala.
Como isso faz você se sentir? No meu caso, embrulha-me o estômago.
Isso faz com que quem está presente, se sinta desimportante, humilhado.
Faça isso com um cliente e você poderá perdê-lo para sempre.
Se você é dessas pessoas que dedilha, pare com isso. Imediatamente.
Se você é o deixado a falar sozinho, peça desculpas, e saia o mais discretamente possível.
Sugestões
Eu sei que é difícil. Se for o caso, e, você sentir que precisa responder, envie uma mensagem de texto com uma resposta rápida pre´-digitada… tipo… “Entrarei em contato com você em alguns instantes”.
O triste, é que, como você e eu sabemos, a pessoa que tem o mal hábito de fazer isso, com você e com outras pessoas, provavelmente não vai parar. A grosseria é um tipo de câncer social, intratável.
Você sabe disso e eu sei disso.
No bar ou restaurante
Se você estiver jantando com amigos/familiares que adoram dar atenção ao celular durante o jantar, peça a todos que coloquem seus telefones no meio da mesa enquanto você se senta. Faça na brincadeira, mas todos saberão que é sério.
Quem pega o telefone durante a refeição, por qualquer motivo, tem que pagar a conta.
Funciona muito bem!
Na sua casa
Prepare uma cestinha de celulares, identifique-a por escrito muito bem, inclusive explicando o motivo de sua existência, sugerindo, inclusive, o modo silencioso.
Coloque em lugar de destaque, para que todos vejam e possam observá-la durante a visita.
Ofereça exceções a alguém que por motivo pessoal, de saúde, por exemplo, ou profissional, um plantonista à distância em qualquer área, por exemplo.
Deixe isso claro.
Casais ou amigos
Se você esta em casa, em um bar, restaurante ou qualquer outro ponto de convivência social, e um, ou pior, todos (sejam 2, 3, 5…) estejam frequentemente ao celular…
Eu tenho só um conselho de amiga pra dar: As nossas vidas são curtas demais para perder tempo com gente que te divide com um… celular.
Se forem casais, namorados, cruchs, reavaliem “isso”, quando voltarem para casa, em seus travesseiros.
Vá procurar alguém que ache você mais interessante que o celular.
É péssimo, é fim de carreira sair com alguém que vê no celular algo mais atrativo que você. É se humilhar muito.
E eu nem preciso te dizer isso. Você sente.
Então não perca seu tempo. A vida vai lhe cobrar cada minuto perdido.
Mas se você optar por atender, qual a melhor forma?
Até aqui, fomos radicais… mas há situações em que realmente é necessário manipular, atender um ligação ou ouvir um áudio durante sua interação com outras pessoas.
É claro que você deve, antes de tudo ter bom senso e elegância ao tomar esta decisão.
Mas, suporemos que seja uma chamada de alguém doente, de um parente distante, de um colega de trabalho (detalhe, tratar de assuntos de trabalho, fora do trabalho, gera horas extras e assédio moral).
Mas se tiver que atender, faça o seguinte:
- Peça desculpas às pessoas que estão contigo;
- Pegue seu celular e peça licença;
- Afaste-se das pessoas, não fale ao celular na frente delas, pelo amor de Deus!
- Fale, escreva, grave o que tiver que ser;
- Termine a conversa no celular o mais rapidamente possível dizendo que depois você chama seu interlocutor;
- Caso a conversa necessariamente seja longa, peça um momento, volte à pessoas que estão com você, avise-as que vai demorar mais um pouco, e afaste-se novamente.
- Repito: Jamais, mas jamais mesmo, atenda uma ligação ou, pior, ouça um áudio, defronte a outras pessoas, é uma gafe imperdoável.
- Volte, e peça desculpas a todos, e pelo menos pelo resto deste encontro, silencie o celular, salvo se for caso de morte.
Com estas atitudes, você conseguirá amenizar uma imagem grosseira que será até entendida como a de alguém que sabe lidar com situações constrangedoras, com educação e boas maneiras.
Enfim, eu não posso negar que escrevo este artigo com certa irritação.
Eu acredito que a empatia, a atenção, o sorriso sejam coisas inestimáveis nas relações com quaisquer pessoas, do seu amor, à caixa do supermercado.
Para mim, é muito difícil entender pessoas que tratam as outras de forma contrária a isso. E o celular parece que veio para facilitar a vida delas, dos “elegantemente inferiores”.
Vamos, acima de tudo, neste momento de invasão tech, refletir sobre nossas posturas com quem é de carne e osso… e sente?
Desejo a você muita luz, muita elegância, bom tom e que você seja muito amado, ou amada por isso.
Um beijo!